domingo, 29 de julho de 2012

Documentário: Bob Marley - Freedom Road

Sinopse: BOB MARLEY – O homem que criou o ritmo reggae que se espalhou de uma pequena ilha para o planeta todo – estaria fazendo 65 anos. Robert Nesta Marley nasceu em St. Ann/Jamaica, no dia 06/Fev/1945 e desencarnou no dia 11/Maio/1981, em Miami/Florida/EUA, aos 36 anos, vitimado por um câncer que não foi tratado, por questões místico-religiosas do regueiro. Quando ele aceitou a quimioterapia, já era tarde para combater o mal.


 

Bob Marley - Freedom Road - 65 anos de Bob Marley (Documentário Multishow)  




 


domingo, 22 de julho de 2012

O melhor do mundo: BOB MARLEY



Redemption Song (Tradução) Acústico



 Bob Marley marcou toda uma geração e até hoje continua sendo forte influência com suas músicas, suas frases, sua história de vida. Em todo o mundo e de forma especial no Brasil há milhares e milhares de fãs que vão ensinando as gerações mais novas a gostar das músicas deste cantor que até hoje é lembrado com muitas saudades. 

Mas que foi  Bob Marley?
Seu nome completo era Robert Nesta Marley, nascido na Jamaica em 1945, era um cantor, compositor e guitarrista e foi o maior responsável em fazer com que o reggae se tornasse reconhecido no mundo inteiro.
Como tantos outros artistas, teve uma história marcada por uma vida muito difícil, precisou superar obstáculos ainda bem cedo e na juventude de Marley, nas favelas de Kingston, ele retirou boa parte das histórias que iriam fazer parte de suas músicas.




Three Little Birds (Tradução - Legendado PT/BR)

As influências 

Suas principais influências no começo da carreira foram Ray Charles e Curtis Mayfield, que conheceu junto com seu amigo Bunny. Com ajuda de um cantor chamado Joe Higgs, os dois acabaram conhecendo Peter McIntosh. Pouco tempo depois, os três vieram formar o grupo "Wailling Wailers".

Em 1962, o empresário Leslie Kong conheceu Marley e gravou algumas músicas com ele. Ao mesmo passo que "Wailing Wailers" chamou a atenção do rastafári Alvin Patterson que, os apresentaram para o produtor Clement Dodd. No ano seguinte foi lançado o primeiro single do grupo.
Bob se casou e viajou para os Estados Unidos, onde sua mãe passou a morar. Na volta, a banda mudou de nome, passando a se chamar apenas "The Wailers". Com ajuda do cantor americano Johnny Nash, o grupo gravou em 1971 o primeiro álbum que levou o nome de "Catch A Fire". 
Em 1972 o grupo realizou uma turnê na Inglaterra e nos Estados Unidos. No mesmo ano foi lançado o álbum "Burnin", que continham sucessos como "I Shot The Sheriff". Os próximos dois discos receberam o nome de "Rasta Revolution" e "Natty Dread" ambos de 1974. Este último continha "No Woman, No Cry", a canção que projetou o músico rastafári aos quatros cantos do mundo.

No Woman No Cry (Legendado) 

Get Up Stand Up Ao Vivo (Tradução - Legendado PT/BR)

 

Em 1975, o álbum "Rastaman Vibrations" alcançou o top das paradas nos Estados Unidos. O sucesso começou a incomodar e ele sofreu uma tentativa de assassinato no ano seguinte. O susto serviu para que ele atravessasse o oceano para ir morar em Londres, aonde viria a gravar o incrível "Exodus".

I Shot The Sheriff (Live in Santa Barbara, California) - Legendado

 

Exodus Ao Vivo (Legendado PT/BR) 

 

Bob Marley no Brasil - 1980

Esta fotografia foi feita por Frederico Mendes em 19 de março de 1980, durante a única visita ao Brasil do rei do reggae Bob Marley. A gravadora Ariola organizou às pressas uma partida de futebol para Marley com alguns artistas e jogadores, e assim os times foram formados: Bob Marley, Junior Marvin, Paulo César Caju, Toquinho, Chico Buarque e Jacob Miller, de um lado, e de outro lado Alceu Valença, Chicão, e mais quatro funcionários da gravadora. O time de Bob deu uma goleada de 3 x 0.

O Rastafari 

Até quem não gosta de Bob Marley com certeza conhece uma ou algumas de suas músicas. Uma outra marca registrada de Bob Marley era sua paixão pela religião rastafári, influência essa que veio de sua esposa Rita e que posteriormente, se difundiu pelo mundo sempre com a marca registrada de suas madeixas e seu estilo de vida rasta. 

 

 

 O Movimento Rastafári ou Rastafar-I (rastafarai) também conhecido como rastafarianismo

É um movimento religioso que proclama Hailê Selassiê I, imperador da Etiópia, como a representação terrena de Jah (Deus). Este termo advém de uma forma contraída de Jeová encontrada no salmo 68:4 na versão da Bíblia do Rei James, e faz parte da Trindade sagrada o messias prometido. O termo rastafári tem sua origem em Ras ("príncipe" ou "cabeça") Tafari ("da paz") Makonnen, o nome de Hailê Selassiê antes de sua coroação.
O movimento surgiu na Jamaica entre a classe trabalhadora e camponeses afro-descendentes em meados dos anos 20, iniciado por uma interpretação da profecia bíblica em parte baseada pelo status de Selassiê como o único monarca africano de um país totalmente independente e seus títulos de Rei dos Reis, Senhor dos Senhores e Leão Conquistador da Tribo de Judah, que foram dados pela Igreja Ortodoxa Etíope.
Alguns historiadores, afirmam que o movimento surgiu, e teve posteriormente adesão, por conta da exploração que sofria o povo jamaicano, o que favorece o surgimento de ideias religiosas e líderes messiânicos.
Outros fatores inerentes ao seu crescimento incluem o uso sacramentado da maconha ou "erva", aspirações políticas e afrocentristas, incluindo ensinamentos do publicista e organizador jamaicano Marcus Garvey (também freqüentemente considerado um profeta), o qual ajudou a inspirar a imagem de um novo mundo com sua visão política e cultural.
O movimento é algumas vezes chamado rastafarianismo, porém alguns rastas consideram este termo impróprio e ofensivo, já que "ismo" é uma classificação dada pelo sistema babilônico, o qual é combatido pelos rastas.
O movimento rastafári se espalhou muito pelo mundo, principalmente por causa da imigração e do interesse gerado pelo ritmo do reggae; mais notavelmente pelo cantor e compositor de reggae jamaicano Bob Marley. No ano 2.000 havia aproximadamente um milhão de seguidores do rastafarianismo pelo mundo, algo difícil de ser comprovado devido à sua escolha de viver longe da civilização. Por volta de 10% dos jamaicanos se identificam com os rastafáris. Muitos rastafáris são vegetarianos, ou comem apenas alguns tipos de carne, vivendo pelas leis alimentares do Levítico e do Deuteronômio no Velho Testamento.
O encorajamento de Marcus Garvey aos negros para terem orgulho de si mesmos e da sua herança africana inspiraram Rastas a abraçar todas as coisas africanas. Eles eram ensinados que haviam sofrido uma lavagem cerebral para negar todas as coisas negras e relativas à África, um exemplo é o porque que não se ensinava sobre a antiga nação etíope, que derrotou os italianos duas vezes e foi a única nação livre na África desde sempre. Eles mudaram sua própria imagem que era a que os brancos faziam deles, como primitivos e saídos das selvas para um desafiador movimento pela cultura africana que agora é considerada como roubada deles, quando foram retirados da África por navios negreiros. Estar próximo da natureza e da savana africana e seus leões, em espírito se não fisicamente, é primordial pelo conceito que eles tem da cultura africana. Viver próximo e fazer parte da natureza é visto como africano. Esta aproximação africana com a natureza é vista nos dreadlocks, ganja, e comida fresca, e em todos os aspectos da vida rasta. Eles desdenham a aproximação da sociedade moderna com o estilo de vida artificial e excessivamente objetivo, renegando a subjetividade a um papel sem qualquer importância.
Os rastas dizem que os cientistas tentam descobrir como o mundo é por uma visão de fora, enquanto eles encaram a vida, de dentro olhando para fora; e todo rasta tem de encontrar sua própria verdade.
Outro importante identificador do seu afrocentrismo é a identificação com as cores verde, dourado, e vermelho, representantativas da bandeira da Etiópia. Elas são o símbolo do movimento rastafári, e da lealdade dos rastas a Hailê Selassiê, à Etiópia e a África acima de qualquer outra nação moderna onde eles possam viver. Estas cores são freqüentemente vistas em roupas e decorações; o vermelho representaria o sangue dos mártires, o verde representaria a vegetação da África enquanto o dourado representaria a riqueza e a prosperidade do continente africano.
Muitos rastafáris aprendem a língua amárica, que eles consideram ser sua língua original, uma vez que esta é a língua de Hailê Selassiê, e para identificá-los como etíopes; porém na prática eles continuam a falar sua língua nativa, geralmente a versão do inglês conhecida como patois jamaicano. Há músicas de reggae escritas em amárico.

A dieta rastafári

Os rastafáris adotam 9 principios sendo o 2º principio: "Coma apenas I-tal", um termo Rasta que significa puro, natural ou limpo. Uma série de leis de dieta e de higiene foram formuladas para acompanhar a doutrina religiosa Rastafari. Um verdadeiro Rasta não poderia ingerir álcool, tabaco, mas usa a Cannabis (maconha ou ganja) de forma ritual.
São basicamente vegetarianos, dando uso escasso a alguns alimentos de origem animal, ainda assim proibindo o uso de carnes suínas de qualquer forma, peixes de concha, peixes sem escamas, caracóis e outros.
A comida I-tal seria o que Jah ordenou que fosse: "tudo o que não tem barbatanas ou escamas, nas águas, será para vós abominação." "Melhor é a comida de ervas, onde há amor, do que o boi cevado, e com ele o ódio." É comida que nunca tocou em químicos e é natural e não vem em latas. Quanto menos cozinhados, melhor, sem sais, condimentos, pois assim possui maior quantidade de vitaminas, proteínas e força vital. As bebidas são, preferentemente, herbais, como os chás. A bebida alcóolica, o leite ou café são vistos como pouco saudáveis.

Dreadlocks

Outro costume comum proibido era o de cortar ou pentear os cabelos. Essa tradição religiosa Rasta também é fundamentada em diretrizes sagradas. O "Dread", de forma abreviada, também serve para que sempre esteja ligado com o corpo, ou seja, cada Dread é ligado espiritualmente com alguma parte do corpo.

Maconha

Ganja e marijuana são algumas designações para a Cannabis, uma erva psicoativa milenar. Ela é usada pelos Rastas, não para diversão ou prazer, mas sim para limpeza e purificação em rituais controlados. Alguns Rastas escolhem não a usar. Muitos sustentam o seu uso através de Génesis 1:29:
“E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento.”

A Medicina

A tradição Rastafari rasta não permite o uso (especifico para a cura de alguma doença)de qualquer tipo de remédio que não seja natural(ervas medicinais, por exemplo). Outro costume rasta, relacionado com a medicina, é a não presença de hospitais, médicos, etc... A origem desses hábitos provem de Génesis 1:29 , pois 'Jah' refere o uso de todo tipo de erva ou planta proveniente da face de toda a terra. Além disso, possuem a crença de que apenas 'Jah'(ou tudo que provém de sua grandeza, 'naturais') pode 'curar' um enfermo, e nenhum outro ser (médicos e etc) possui essa capacidade.

A morte de Bob Marley

Em julho de 1977 Marley descobriu uma ferida no dedão de seu pé direito, que ele pensou ter sofrido durante uma partida de futebol. A ferida não cicatrizou, e sua unha posteriormente caiu; foi então que o diagnóstico correto foi feito. Marley na verdade sofria de uma espécie de câncer de pele, chamado melanoma maligno, que se desenvolveu sob sua unha. Os médicos o aconselharam a ter o dedo amputado, mas Marley recusou-se devido aos princípios rastafaris que diziam que os médicos são homens que enganam os ingênuos, fingindo ter o poder de curar. Ele também estava preocupado com o impacto da operação em sua dança; a amputação afetaria profundamente sua carreira no momento em que se encontrava no auge (na verdade, a preocupação de Bob Marley era quanto à amputação de qualquer parte de seu corpo, seja o dedo do pé ou suas rastas. Para os seguidores dessa religião/filosofia, não se deve cortar, aparar ou amputar qualquer parte do corpo). Marley então passou por uma cirurgia para tentar extirpar as células cancerígenas. sua doença foi revelada para seu público.

Documentário



 

 

sábado, 21 de julho de 2012

DEBATE ABERTO: Eleições locais, efeitos nacionais

Por Marcus Coimbra

Enquanto o sistema político só tem olhos para os recentes atritos entre o PT e o PSB, as eleições municipais avançam, tensionando toda a estrutura partidária. De quatro em quatro anos, a cada vez que chega a hora de renovar a política local, isso acontece.
Por diversas razões. A mais importante é que a escolha de prefeitos e vereadores tem consequências diretas nas eleições para o Legislativo. Fortalecer-se nas cidades antecipa dias de glória para os partidos. Já se foi o tempo em que bancadas estritamente “localistas” dominavam o Congresso. Era a época em que quase todos os deputados e mesmo alguns senadores tinham uma base eleitoral bem demarcada em termos geográficos. Sua votação concentrava-se em alguns municípios, frequentemente contíguos. Sem eles, não se elegiam.
Esses parlamentares estabeleciam uma relação de simbiose com as lideranças políticas de “suas” cidades. Na hora da eleição legislativa, prefeito e vereadores endossavam a candidatura do deputado e faziam a sua campanha, em troca do compromisso de representar a cidade no plano estadual e nacional, e buscar recursos para ela.

 
Dois anos depois, quando chegava a eleição municipal, o parlamentar indicava seus candidatos, apresentando-os como responsáveis por tudo de bom que houvesse acontecido na cidade e ameaçando os eleitores com prejuízos se não vencessem. Era “toma lá dá cá”: os prefeitos (e vereadores) ajudavam na eleição dos deputados e esses contribuíam para a deles.
Hoje, o tamanho das bancadas eleitas por esse mecanismo diminuiu. Mas elas continuam a existir. A ponto de alguns estudos sugerirem que a adoção do voto distrital não alteraria drasticamente o perfil da Câmara, tão expressiva é a parcela de deputados que provém de distritos informais. Boa parte do chamado “baixo clero” chega assim ao Legislativo. E é fundamental na formação de maiorias quando matérias polêmicas são votadas.
Às vezes, a carreira legislativa desses parlamentares está entrelaçada com a atuação na vida política local, em um vaivém entre Brasília e a cidade de origem. Foram prefeitos, são deputados e podem voltar a qualquer momento para a prefeitura, nada incomodados de sair da capital federal. São políticos híbridos: deputados-prefeitos ou prefeitos-deputados.
Seria um equívoco imaginar que o restante do Congresso pode se dar ao luxo de ignorar as eleições municipais, dispensar o voto que bons prefeitos e vereadores asseguram. Mesmo os parlamentares menos localistas e mais ideológicos contam com eles para formar a cesta de que precisam. Raros são os deputados e senadores que, pensando em suas carreiras, não têm interesse nos resultados das eleições locais.
Não é por outra razão que o Congresso entra em recesso em julho e permanece em “recesso branco” até outubro. As eleições de prefeitos e vereadores são tão importantes que todos param de trabalhar em seus gabinetes e vão à luta, tentando eleger seus candidatos.


Além do impacto concreto que têm na vida de cada parlamentar, ao afetar suas chances de reeleição, elas são decisivas na definição do equilíbrio de forças no Legislativo. O tamanho das bancadas é o primeiro critério para definir a influência política e o chamado “espaço administrativo” dos partidos, tanto no Congresso quanto no Executivo.
Ter um deputado a mais pode garantir a Presidência da Câmara ou de comissões importantes. A mesma coisa no Senado. Na base governista, pode significar um (ou mais de um) ministério. Por esses motivos, é natural que as relações entre os partidos fiquem tensas na véspera de eleições municipais. O que está em jogo é o futuro da maioria dos parlamentares e o poder na legislatura seguinte.
Por motivos óbvios, essas tensões não se manifestam apenas entre os partidos que formam a base do governo. Na oposição, são iguais.
Apesar da insistência na discussão da “crise” entre PT e PSB, fenômenos parecidos estão acontecendo esses dias nas relações do PSDB com seus irmãos menores, o DEM e o PPS. Para não falar na briga do PSD com os tucanos em algumas cidades, especialmente em Belo Horizonte, onde o DNA serrista do partido o levou à oposição contra Marcio Lacerda (PSB), que tem o apoio de Aécio.
O DEM é o mais chateado. Embora tenha candidatos bem colocados nas pesquisas em cidades importantes, como Fortaleza e Recife, os tucanos resolveram lançar candidatos próprios, reduzindo-lhes as possibilidades. No Rio, fizeram a mesma coisa, enfraquecendo os dois partidos. Está tão magoado que anda pensando em uma fusão com o PMDB.
Em suma: entre os políticos e, portanto, entre os partidos, quando chegam as eleições municipais, é “cada um por si e Deus por todos!” Em primeiro lugar, todos pensam em si mesmos. Quando terminam, com os ânimos serenados, tudo volta ao normal – até a nova eleição.

Fonte:  http://www.cartacapital.com.br/

domingo, 15 de julho de 2012

As raízes da crise econômica mundial

 

 

 Por François Chesnais.

    A crise financeira europeia é a manifestação, na esfera das finanças, da situação de semiparalisia na qual se encontra a economia mundial. Neste momento é sua manifestação mais visível, mas de modo nenhum a única. As políticas de austeridade aplicadas simultaneamente na maior parte dos países da União Europeia contribuem para a espiral recessiva mundial, mas não são sua única causa.  Foram eloquentes as manchetes da nota de perspectiva de setembro de 2011 da OCDE: “A atividade mundial está perto da estagnação”; “O comércio mundial se contraiu, os desequilíbrios mundiais persistem”; “No mercado de trabalho, as melhoras são cada vez menos perceptíveis”; “A confiança diminuiu”, etc. Após as projeções de Eurostat, em meados de novembro, apontando uma contração econômica da UE, da qual nem a Alemanha escaparia, a nota da OCDE de 28 de novembro assinala uma “considerável deterioração” com um crescimento de 1,6% para o conjunto da OCDE e de 3,4% para o conjunto da economia mundial.

Compreensivelmente, a atenção dos trabalhadores e dos jovens da Europa está centrada nas consequências do “fim de caminho” e do “salve-se quem puder” das burguesias europeias. A crise política da UE e da zona euro, assim como as intermináveis vacilações do BCE acerca do financiamento direto dos países em maiores dificuldades, são suas manifestações mais visíveis. A tendência é endurecer as políticas de austeridade e montar uma operação de “resgate total” da qual não escape nenhum país. No entanto, a situação europeia não pode ser compreendida independentemente da consideração da situação da economia mundial em sua totalidade.

A CNUCED começa seu informe assinalando que “o grau de integração e interdependência econômicas no mundo atual não tem precedentes” (CNUCED, 2011). Este reconhecimento é um inegável progresso intelectual no qual muitos analistas e, inclusive, militantes de esquerda, deveriam se inspirar. O campo da crise é o do “sistema de mudança internacional mais desenvolvido”, do qual já falava Marx em seus primeiros escritos econômicos (Marx, 1971: 161). Hoje, após a reintegração da China e a plena incorporação da Índia na economia capitalista mundial, a densidade das relações de interconexão e a velocidade de interações no mercado mundial alcançaram um nível jamais visto anteriormente. Este é o marco no qual devem ser abordadas as questões essenciais: a superacumulação e a superprodução, os super poderes das instituições financeiras e a competição intercapitalista.

Não há nenhum “fim da crise” à vista


Na usual linguagem econômica de inspiração keynesiana, o termo “saída da crise” indica o momento no qual o investimento e o emprego se recuperam. Em termos marxistas, é o momento no qual a produção de valor e de mais valia (tomando e fazendo trabalhar os assalariados e vendendo as mercadorias a fim de realizar sua apropriação pelo capital) está baseada na acumulação de novos equipamentos e na criação de novas capacidades de produção. São muito raras as economias que, como é o caso da China, apesar de estarem inseridas em relações de interdependência, seguem desfrutando de certa autonomia, de modo tal que a saída da crise pode ser concebida em nível na economia do Estado-Nação. Todas as demais estão inseridas em relações de interdependência que determinam que o fechamento do ciclo do capital (Dinheiro-Mercadoria-Produto-Mercadoria-Dinheiro) da maior parte das empresas (de todas as grandes, em todo caso) se realize no estrangeiro. E os maiores grupos deslocalizam diretamente todo o ciclo de uma parte de suas filiais.

A isso se deve o alcance do atoleiro registrado desde o último G20. A mais de quatro anos do começo da crise (agosto 2007) e três desde as convulsões provocadas pela quebra do banco Lehmann (setembro 2008), o conjunto da situação está marcado pela incapacidade, ao menos momentaneamente, do “capital” – os governos, os bancos centrais, o FMI e os grupos privados de centralização e poder do capital coletivamente considerados – para encontrar meios que permitam criar uma dinâmica como a indicada em nível da economia mundial ou, pelo menos, em muitos grandes setores da mesma. A crise da zona euro e seus impactos sobre um sistema financeiro opaco e vulnerável são uma expressão disso.

Mas essa incapacidade não implica passividade política. O que ocorre simplesmente é que a ação da burguesia está cada vez mais movida exclusivamente pela vontade de preservar a dominação de classe em toda sua crueza. E faz isso de maneira imediata e direta sobre os trabalhadores da Europa. Os centros de decisão capitalista buscam ativamente soluções capazes de proteger os bancos e evitar o imenso choque financeiro que significaria a moratória de Itália ou Espanha, fazendo cair mais do que nunca o peso da crise sobre as classes populares. Um testemunho disso foi o desembarque (com poucos dias de intervalo) na cúpula dos governos grego e italiano, de agentes do capital financeiro que foram designados diretamente por este, “ignorando os procedimentos democráticos”. Outro testemunho é a dança de rumores sobre projetos de “governança” autoritária que estão sendo discutidos na zona euro. Isso tem implicações políticas ainda mais graves para os trabalhadores, porque vem acompanhado pelo reforço do caráter pró-cíclico das políticas de austeridade e privatização que contribui para a nova recessão em marcha.

Os incessantes chamados que, do outro lado do Atlântico Norte, fazem Barack Obama e o Secretário do Tesouro, Tim Geithner, para que os dirigentes europeus apresentem uma rápida resposta à crise do euro traduzem o fato de que o “motor americano”, como dizem os jornalistas, está “avariado”. Desde 1998 (rebote da crise asiática), o funcionamento macroeconômico estadunidense foi construído quase inteiramente na base do endividamento das famílias, das pequenas e médias empresas e das comunidades locais.

Este “regime de crescimento” está muito arraigado: reforçou com tanta força o jogo dos mecanismos de distribuição desigual de renda que os dirigentes não têm outra perspectiva a qual se agarrar que o momento – distante – em que as pessoas possam (ou estejam, na verdade, obrigadas a) endividar-se novamente. As diferenças “irreconciliáveis” entre democratas e republicanos estão ligadas a duas questões interconectadas: qual seria a melhor maneira de desendividar o Estado Federal desde essa perspectiva e se pode, ou mesmo deve, endividar-se ainda mais para alcançar esse objetivo.

A incapacidade de conceber qualquer outro “regime de crescimento” reflete a quase intocável força econômica e política da oligarquia político-financeira que constitui esse 1%. O movimento Ocupa Wall Street é um primeiro sinal do enfraquecimento desta dominação, mas até que não ocorra um terremoto mundial que inclua os Estados Unidos, a política econômica norteamericana seguirá reduzida às injeções de dinheiro do Banco Central (FED), ou seja, a fazer funcionar a máquina de fabricar cédulas, sem que ninguém saiba até quando isso pode durar.

A China e a Índia podem ajudar, como fizeram em 2009, a limitar a contração da produção e do comércio. Em particular a China seguirá – mas com mais dificuldade que antes – ajudando a enfrentar a contração mundial. Com a plena integração da Índia e da China na economia se produziu um salto qualitativo na dimensão do exército industrial de reserva a disposição do capitalismo mundial em seu conjunto. Adicionalmente, deve-se recordar que na China se encontram alguns dos mais importantes focos de superacumulação e de superprodução. Fala-se muito do efeito tesoura entre a grande baixa do PIB dos países capitalistas industriais “velhos” e a ascensão dos “grandes emergentes”, e a crise também acelerou a finalização do período de hegemonia mundial dos Estados Unidos (hegemonia econômica, financeira e monetária, desde os anos 1930, hegemonia militar não compartilhada a partir de 1992). No entanto, a China não está de nenhum modo em condições de tomar o lugar dos Estados Unidos como potência hegemônica.


 

A novidade da grande questão política do período
 

Este artigo trata de repassar a origem e a natureza das crises capitalistas que se tornaram particularmente notórias com a crise atual e situar esta na “história de longo prazo”. A crise em curso estourou ao término de uma fase muito longa (mais de cinquenta anos) de acumulação quase ininterrupta: a única fase desta duração em toda a história do capitalismo. Precisamente, a crise pode durar muitos anos, até uma década, porque tem como substrato uma superacumulação de capacidades de produção especialmente elevada e, como aberração, uma acumulação de capital fictício em um valor também sem precedente.

Por outro lado, a situação muito difícil dos trabalhadores em qualquer parte do mundo – por diferenciada que ela seja de continente para continente e, inclusive de país para país, devido a suas trajetórias históricas anteriores – resulta da posição de força obtida pelo capital graças à mundialização do exército industrial de reserva com a extensão da liberação dos intercâmbios e do investimento direto na China.

Se em um horizonte temporal previsível não há “saída da crise” para o capital, de maneira complementar e antagônica, o futuro dos trabalhadores e dos jovens depende, em grande medida, senão inteiramente, da capacidade para abrir espaços e criar “tempos de respiração” políticos próprios, a partir de dinâmicas que hoje só eles podem mobilizar. Estamos em uma situação mundial na qual o decisivo passou a ser a capacidade destes movimentos – nascidos sem aviso – se organizarem de tal modo que conservem uma dinâmica de “autoalimentação”, inclusive em situações nas quais não existam, no curto prazo, desenlaces políticos claros ou definidos.

Na Tunísia, Grécia ou Egito, mas também nos Estados Unidos, os movimentos OWS (Ocupa Wall Street), em especial no contexto nacional da principal potência capitalista do mundo e de um espaço geográfico continental, o melhor que os militantes podem fazer é ajudar a que os atores dos movimentos com essa potencialidade afrontem os diversos e numerosos obstáculos contra os quais se chocam e defendam a ideia de que, em última instância, as questões sociais decisivas são “quem controla a produção social, com que objetivo, segundo que prioridades e como pode ser construído politicamente esse controle social”. Possivelmente seja este o sentido dos processos e consignas “de transição” hoje em dia. Alguns poderão dizer que sempre foi assim. Mas, dito nos termos acima, para grande quantidade de militantes constitui uma formulação em grande medida – se não completamente – nova.


 

A valorização “sem fim e sem limites” do capital como motor da acumulação

Antes de retomar a crise iniciada em 2007, é preciso explicitar os meios da acumulação capitalista. Detenhamo-nos por um instante na teoria da acumulação no longo prazo. O objetivo é ajudar, partindo de uma compreensão precisa dos estímulos do movimento de acumulação capitalista, para facilitar a explicitação da natureza das crises e situar cada grande crise na história social e política mundial. Como escreveu Paul Mattick, ao comentar uma indicação de Engels, “nenhuma crise real pode ser entendida se não for situada no contexto mais amplo de desenvolvimento social global” (Mattick, 1977:39). A magnitude e os traços específicos das grandes crises são a resultante dos meios aos quais o capital (em um sentido que inclui os governos dos países capitalistas mais importantes) recorreu no período precedente para “superar esses limites imanentes” antes de ver “que voltam a se levantar esses mesmos limites, ainda com maior força” (Marx, 1973: III, 248).

As crises estouram no momento em que o capital fica novamente “enredado” em suas contradições, enfrentando as barreiras que ele mesmo cria. Quanto mais importantes tenham sido os meios utilizados para superar seus limites, mais prolongado será o tempo em que esses meios de superação atingirão seu objetivo, e mais poderão diferir sua revelação. Além disso, mais importante será a crise e mais difícil a busca de novos meios para “superar esses limites imanentes”. Deste modo, a história invade a teoria da crise.

Cada geração lê e relê Marx. E o faz tanto para seguir a evolução histórica como também para dar conta da experiência de dificuldades teóricas com as quais tropeçou. Durante muitas décadas predominou a problemática do desenvolvimento das forças produtivas em suas distintas variantes, com as reminiscências das teorias do progresso que a mesma ainda podia arrastar.

Hoje, o Marx que, como militante-investigador, deve ser lido é o que ajuda a compreender o que significa a tomada do poder pelas finanças, o dinheiro em toda sua brutalidade, aquilo sobre o qual ele escreveu nos Manuscritos de 1857-58 dizendo que “o capital (...) enquanto representante da forma universal da riqueza – o dinheiro – constitui o impulso desenfreado e desmedido de passar por cima de suas próprias barreiras” (Ibid.: 276). Ou também o que sustenta em O Capital, a saber que “a circulação do dinheiro como capital carrega em si mesmo seu fim, pois a valorização do valor só se dá dentro deste processo constantemente renovado. O movimento do capital é, portanto, incessante” (Ibid.: I, 108). Ao longo do século XX, muito mais que no momento em que foi estudado por Marx, o capital evidenciou um profundo nível de indiferença quando ao uso social das mercadorias produzidas ou a finalidade dos investimentos.

Há trinta anos, a “riqueza abstrata” tomou cada vez mais a forma de massas de capital-dinheiro em busca de valorização colocadas nas mãos de instituições – grandes bancos, companhias de seguros, fundos de pensão e Hedge Funds – cujo “trabalho” é o de valorizar seus bens de maneira puramente financeira, sem sair da esfera dos mercados de títulos e de ativos fictícios “derivados” de títulos, sem passar pela produção. Enquanto as ações e os títulos da dívida – pública, das empresas ou das famílias – só são “vales”, direitos de se apropriar de uma parte do valor e da mais valia, concentrações imensas de dinheiro se voltam ao “ciclo curto Dinheiro-Dinheiro” que representa a suprema expressão do que Marx chamou de fetichismo do dinheiro. Expressa mediante formas cada vez mais abstratas, fictícias, “nocionais” (termo utilizado pelos economistas das finanças) de dinheiro, a indiferença ante as consequências da valorização sem fim e sem limites do capital impregna a economia e a política, inclusive em “tempos de paz”.

Os traços principais do capital a juro, que foram destacados por Marx – manter-se “à margem do processo de produção” e apresentar “o juro como o verdadeiro fruto do capital, como o originário, e com o lucro transfigurado agora como lucro de empresário, como simples acessório e aditamento adicionado no processo de reprodução” (Ibid.: III, 373) – hoje colocam os dirigentes capitalistas defrontados com a toda a sociedade, com o conjunto da sociedade. O que ocorre em nível da distribuição (o 1% frente ao 99%, segundo diz a consigna dos militantes do OWS) é só a expressão mais facilmente perceptível de processos muito mais profundos. Na cúpula dos grandes grupos financeiros – tanto nos chamados “com predomínio industrial” como nos demais – existe uma fusão quase completa entre o “capital-propriedade” e o “capital-função”, que Marx identificou, opondo-os parcialmente. A “era dos gerentes” deu lugar a outra na qual há uma identidade de visão quase completa entre os acionistas e os dirigentes.

Para um capital no qual as finanças estão no comando, a busca “desenfreada e desmedida” da valorização deve ser conduzida muito mais impecavelmente se o sistema está em crise. Os “vales” sobre a produção em forma de dividendos ou juros estão ameaçados e alcançam montantes que, desde os anos 1920, nunca tinham sido tão elevados. É por isso que, seja se trate dos trabalhadores que o capital emprega apesar da situação de superprodução, ou dos recursos básicos que vão ficando raros ou mesmo da posição a se adotar frente às mudanças climáticas e suas previsíveis consequências, o reflexo predominante no capital tomado de conjunto é intensificar as exploração das “duas fontes originais de toda riqueza”: a terra e o homem (Ibid.: I, 424) e isso, ilimitadamente, até o esgotamento, sejam quais forem as consequências.

Não posso estender-me aqui na análise das questões ecológicas e sua interação com o movimento da acumulação e suas contradições, mas cabe assinalar que, com a crise, estas interações se tornam ainda mais estreitas, como mostra o último informe da Agência Internacional de Energia (Reverchon).

Centralização e concentração do capital e intensificação da competição intercapitalista
A ideia associada à expressão “os senhores do mundo”, a de uma sociedade planetária do tipo de Metrópolis, de Fritz Lang, acaba de ser reforçada pela difusão de um estudo estatístico muito importante sobre as interconexões financeiras entre os maiores bancos e empresas transnacionais, publicado pelo Instituto Federal Suíço de Tecnologia, de Zurich (Vitali et. al.). Seria preciso um artigo inteiro para examinar a metodologia dos dados de base e as conclusões deste ambicioso estudo, cujos resultados têm importantes implicações, mas devem ser cruzados com outros fatos.

Qual o sentido de classificar cinco grupos financeiros franceses (Axa no quarto lugar e Société Générale no posto vinte e quatro) entre os cinquenta primeiros grupos mundiais com base no número de seus laços (caracterizados como “de controle”) com outros bancos e empresas? Como reconciliar essa informação com a exigência de socorrer esses mesmos grupos? A densidade de interconexões financeiras não traduz sobretudo o fluxo de operações financeiras nas quais os grupos em questão são intermediários? E os numerosos laços não teriam o estatuto de nós do sistema e não o de centralizadores do valor e da mais valia?

Em todo caso, a publicidade dada ao estudo exige fazer dois tipos de observações teóricas que são, ao mesmo tempo, indispensáveis para compreender a situação mundial. Os processos de liberalização e privatização fortaleceram muitíssimo os mecanismos de centralização e de concentração do capital, tanto em nível nacional, como de maneira transnacional. São processos que alcançaram tanto o Sul como o Norte. Em determinados setores dos países chamados “emergentes” – a banca e os serviços financeiros, a agroindústria, a mineração e os metais básicos – vimos a centralização e a concentração do capital e sua expansão para os países vizinhos.

No Brasil e na Argentina, por exemplo, a formação de poderosas “oligarquias” modernas andou de mãos dadas com fortes processos endógenos de acumulação financeirizada e a valorização de “vantagens comparativas” conformes às necessidades de matérias primas desta acumulação mundial na qual a China passou a ser o pivô. Especialmente no Brasil se formaram oligopólios que rivalizam com seus pares norteamericanos ou australianos na extração e transformação de metais e na agroindústria. Devido à mundialização, as interconexões entre os bancos e entre bancos e empresas comprometidas com a produção industrial e os serviços, passaram a ser mais fortemente transnacionais do que em qualquer outro momento. O campo de ação do que Lenin chamava de “entrelaçamento” é a economia mundial. Não é por isso que o capital é monolítico. O entrelaçamento não apaga a competição entre os oligopólios que, por ocasião da crise, recuperam traços nacionais e comportamentos pouco cooperativos.

O que prevalece hoje na arena mundial é o que Marx chama de “anarquia da produção”, cujo motor é a competição, mesmo que o monopólio e o oligopólio sejam a forma absolutamente dominante dos “múltiplos capitais” que conjuga o capital considerado como totalidade. Os Estados, ou mais exatamente, alguns Estados, os que ainda têm meios para isso, são cada vez mais os agentes ativos dessa competição. O único Estado que conserva esses meios na Europa continental é a Alemanha. Não ocorre o mesmo na França, onde a burguesia se tornou novamente financeira e rentista, deixando que ocorresse um processo de desindustrialização, encerrando-se na opção da energia nuclear e que vê agora seus “campeões nacionais” caírem um após o outro. Por isso, as dúvidas a respeito da presença dos bancos franceses entre os cinquenta “senhores do mundo”.

A outra grande observação referente à centralização-concentração do capital nos devolve ao nosso fio condutor. A razão pela qual as leis coercitivas da competição desfazem as tendências que vão no sentido do acordo entre os oligopólios mundiais é que o capital, por mais centralizado que seja, não tem o poder de se libertar de suas contradições constitutivas, assim como não pode bloquear o momento no qual volta a se encontrar com seus “limites imanentes”

François Chesnais é professor emérito na Universidade de Paris 13 – Villetaneuse. Destacado marxista, integra o conselho científico da Attac-França. É autor de “La mondialisation du capital” e coordenador de “La finance mondialisée, racines sociales et politiques, configuration, conséquences”. Email: chesnais@free.fr

Artigo retirado:  http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20557


 

 

 

Crise na Europa!!!

 

terça-feira, 10 de julho de 2012

É hora do Vestibular




Passar no vestibular é uma tarefa difícil e trabalhosa. Mas, com tranquilidade e uma boa base de estudos esse desafio pode se tornar mais fácil. Não existe fórmula mágica, talvez alguma sorte, mas isso é muito relativo, você não vai fazer um vestibular apenas contando com a mera sorte. O fato é que passar no Vestibular antes de tudo é sinônimo de competência e dedicação resultado de horas de estudo. 

Recetemente a revista Guia do Estudante publicou uma ampla reportagem com os primeiros colocados da UFPR, UFBA, USP, Unicamp, e UFRJ e todos dizem a mesma coisa: alta doses de determinação, boa vontade e muitas horas de estudos são as garantias de bons resultados.

DICAS PARA O VESTIBULAR:



ANSIEDADE.
Não carregue sobre os ombros as expectativas de seus pais. Já bastam as suas! O diálogo é a melhor saída para controlar a ansiedade de ser aprovado no vestibular. A ansiedade e o medo são considerados reações normais em situações aflitivas, como provas.
A adrenalina produzida pela ansiedade pode ajudar no processo competitivo, gerando iniciativa e garra para lutar. Aprender a ter controle sobre a situação em vez de entrar em pânico é a chave para um melhor aproveitamento da adrenalina. 

* AUTO-ESTIMA.
Você vale muito mais do que pensa.
Acredite na sua capacidade, estude o máximo que puder e tenha muita garra e determinação.
Esqueça aquela sensação do tipo "sou um fracassado" e a substitua por "sou um ser humano digno de receber amor, carinho e atenção. Posso realizar todos os meus sonhos porque sou capaz!"
Vale a pena enfrentar tudo com alegria e descontração porque o sistema funciona e costuma ser honesto, privilegiando apenas aqueles que estudam muito e desenvolvem sua mente. A diferença de nota entre o primeiro lugar e o primeiro reprovado, em geral, é muito pequena.

  AUTOCONFIANÇA.
Acredite em si mesmo!
A autoconfiança é um fator importante, que começa a partir da aplicação diária e intermitente aos estudos.
Se não passar no primeiro vestibular em que se inscreveu, não desanime. Afinal, a concorrência é grande.

* BRANCO.
Cuidado! Administre o branco, não fique desesperado. Às vezes, um aluno mediano, de cabeça-fria, se sai melhor nos vestibulares em função de sua calma.
Na hora da prova, a pessoa com excesso de ansiedade pode apresentar sintomas como taquicardia, distúrbios gastrointestinais, transpiração em demasia (sudorese), entre outros.
O que fazer na hora do branco? Nada!  O vestibulando deve acalmar-se, pensar em coisas boas naquele momento. Se cumpriu todas as obrigações, estudou, preparou-se, não precisa se preocupar. 

MÉTODO DE ESTUDO.
Absorver várias informações ao mesmo tempo é impossível, afinal ninguém é gênio. Não dá para ler e assistir TV simultaneamente. É preciso decidir por um ou por outro.
Quando estiver estudando uma matéria e perceber que o rendimento ou a concentração estão deficientes e o período destinado ao estudo ainda não acabou, passe para outra disciplina. A mudança de assunto favorece o aumento da atenção. 

* PROVA DO VESTIBULAR É ATUALIDADE!!!!
Cultive o lazer útil.
O hábito da leitura é fundamental para o candidato sair-se bem na prova de redação.
As provas de História e Geografia, quase sempre, baseiam-se em fatos que estiveram no noticiário — alguns vestibulares têm provas de atualidades.
Em vez de assistir à programação televisiva de baixo nível dos canais comerciais, leia — se possível, diariamente — jornais e revistas sérios, de alto conteúdo informativo.

* EXERCÍCIOS, PROBLEMAS.
Estudar Física, Matemática e Química, além das disciplinas de Humanas, sem fazer centenas de exercícios e problemas, é impossível. Só se aprende treinando.
Estude as ciências exatas fazendo uma infinidade de exercícios. A prática constante leva à mecanização de certos procedimentos que poupam um tempo precioso na hora da prova.
Prefira os exercícios com respostas. Eles lhe dão a possibilidade de rever todo o procedimento em caso de erro. E essa prática é uma forma de sedimentar conhecimentos e fixar a matéria.

* ESCREVER.
Escreva pelo menos duas redações por semana, procurando variar o estilo. Faça uma informativa, outra existencialista, e, ainda, uma histórica, modificando os temas, pois isso o ajuda a desenvolver a escrita e a articular o pensamento. Escrever bem não tem fórmula: é algo que se conquista ao longo do tempo, com muito treino.

FÉ.
Acredite sempre em Deus, que Ele o ajudará. Mas lembre-se de que Deus só ajuda a quem se ajuda, ou a quem cedo madruga. Isto é, terá de estudar muito para merecer a proteção divina.

* DECOREBA?
A maneira ideal de se guardar um conceito é por meio do entendimento e não de decorebas.
Tenha o costume de anotar as observações dos professores durante as aulas, faça resumos, marque com canetas coloridas o que mais lhe chamar a atenção. As informações são retidas em nossa memória em 18% quando ouvimos, e podem chegar a 90% quando escrevemos. Portanto, não decore, aprenda. Só assim será capaz de manipular seu conhecimento com criatividade. A tendência dos principais vestibulares é a de privilegiar o raciocínio, não a capacidade de memorização.

 * AUTODISCIPLINA.
O tempo para o descanso e o prazer são fundamentais.
Organize seus compromissos de acordo com sua disponibilidade.
Divida seu tempo reservando um espaço para a família, amigos e lazer.
Faça uma lista de prioridades nas suas atividades e elimine as desnecessárias. 


COMO REVISAR A MATÉRIA?

 

É hora do Humor!

 

 

Reflexão rumo a vitória: Poema Invictus

"Não importa se o portão é estreito
Não importar o tamanho do castigo
Eu sou o mestre do meu destino
Eu sou o capitão de minha alma."